quarta-feira, 12 de outubro de 2016

HOMENAGEM: 20 anos sem Renato Russo


Há 20 anos, Renato Manfredini Júnior deixava a vida para entrar para a história da música, mais especificamente do rock brazuca. No dia 11 de outubro de 1996, o vocalista da Legião Urbana morreu, em seu apartamento no Rio de Janeiro (RJ), em decorrência de complicações causadas pela Aids.

Renato Russo tinha apenas 36 anos. Ele partiu cedo demais, deixando um legado de belíssimas canções, cujas letras transitavam entre a crítica social e a poesia lírica, entre a política e o amor.

Formada em 1983, a banda Legião Urbana liderada por Renato Russo foi um dos maiores expoentes do rock no cenário nacional entre as décadas de 80 e meados de 90, contemporânea de bandas como Barão Vermelho (de Cazuza e Frejat), RPM (de Paulo Ricardo), Engenheiros do Hawaii (de Humberto Gessinger), entre outras.

Sucesso de público e de crítica, seja nas cifras milionárias de vendas de discos (mais de 20 milhões de cópias e continua vendendo horrores nos dias atuais), seja no público presente nos shows (estádios e ginásios sempre lotados), ou seja pelo reconhecimento de suas letras como "poesias cantadas" e de suas magistrais interpretações, sempre sensível à ferocidade ou ao romantismo bucólico exigidos, Renato Russo marcou e embalou o coração e a mente de toda uma geração que viveu "como se não houvesse amanhã", pois não havia "tempo a perder".

Salve, Legião! Salve, Renato Russo! Salve todos os que estão vivos e sobrevivendo!


terça-feira, 11 de outubro de 2016

PEC 241 e o Desmonte do Estado Brasileiro


Dias sombrios assolam o Brasil... Depois da queda da presidente Dilma por meio do "Golpe" perpetrado por Michel Temer (PMDB), seus correligionários e a elite empresarial (tupiniquim e yankee), nossa população (incluindo aqueles que se vestiram de verde e amarelo e foram às ruas pedir "fora Dilma, "fora PT", e bateram panelas da sacada de seus luxuosos apartamentos contra o governo legitimamente constituído), sentirão na pele as agruras da "Ditadura Temer".

Não bastasse o movimento ultraconservador do "Escola Sem Partido", que visa acabar com o senso crítico das futuras gerações, silenciando vozes a serem programadas para só dizer SIM, está em curso no Congresso Nacional um verdadeiro "pacote de maldades" que, entre outras coisas, ceifará direitos sociais conquistados com sangue, lágrimas e suor por meio de décadas de lutas. A PEC 241 é o vetor desse governo ilegitimo.


A aprovação da PEC 241, cujo objetivo propalado apenas discursivamente é "limitar gastos públicos para reorganizar as finanças", significará na verdade o congelamento de quaisquer investimentos do Governo Federal em Saúde e Educação (principalmente) pelos próximos 20 anos, o que implica:

- não construção de novas escolas, hospitais e postos de saúde, sinalizando mesmo para o fechamento de outros, cenário em que predominará os planos de saúde privados (lembrem que o ministro da Saúde de Temer já se pronunciou contra o SUS!);

- não reajuste dos salários de servidores públicos, incluindo médicos, enfermeiros e professores, contribuindo decisivamente para a precarização acentuada do atendimento na rede pública de saúde e a diminuição da qualidade do ensino público e gratuito, privilegiando incentivos financeiros a escolas e faculdades particulares, cujos donos apoiaram e apoiam Temer (vide Paulo Skaff, presidente da Fiesp e do Sesi, que pretende torná-lo também uma universidade privada;

- com o congelamento de investimentos, haverá maior cobrança de impostos para sustentar os acordos e privilégios das elites empresariais e apoiadores do "Golpe contra o Povo", o que resultará em sobrecarga de tributos imputados à classe trabalhadora, achatamento dos salários, precarização das condições de trabalho, e, consequentemente, aumento do número de pobres (em condições verossímeis, dois séculos atrás, Tiradentes liderou o movimento da Inconfidência Mineira pela independência do Brasil Colônia);

- para ampliar sua margem de lucros, os empresários cortarão mais postos de trabalho e diminuirão direitos trabalhistas, contribuindo para a elevação do número de desempregados, que já contabilizam mais de 12 milhões de brasileiros sem renda para sustentar suas famílias;

- sem investimentos, por fim (mas não esgotando outras possibilidades assustadoras que se avizinham por meio da PEC 241), o país não terá condições de gerar mais riquezas, tendo que recorrer cada vez mais a empréstimos de organizações financeiras internacionais sob juros estratosféricos, aumentando seu eterno endividamento e, com isso, tornando-se refém do capital estrangeiro (FMI, Banco Mundial, etc.), perdendo o protagonismo que tinha em relação ao Mercosul e, principalmente, aos BRICS (composto por Rússia, Índia, China e África do Sul, além do Brasil).


O primeiro turno da votação ocorreu nesta segunda-feira (10), na Câmara dos Deputados, e a PEC 241 foi aprovada por 366 votos (aliados de Temer) a 111 (oposição).

A segunda votação ocorrerá no próximo dia 24/10, e somente muita mobilização popular, com o POVO INDO ÀS RUAS PROTESTAR SEM TEMER, poderá evitar que o Brasil viva nas trevas do subdesenvolvimento social e da hiper-dependência econômica da iniciativa privada e do capital estrangeiro, sinais mais do que nítidos de que está em curso, por meio do "Golpe Parlamentar e das elites contra o Povo", o desmonte do Estado brasileiro.

domingo, 9 de outubro de 2016

Documentário "A 13a. Emenda"




Sugestão para as amigas e amigos leitores do blog: "A 13a. Emenda", um excelente documentário lançado nesta sexta (07/10), na Netflix.


Impactante, crítico, profundo, informativo, atualíssimo e muito relevante para a reflexão sobre as conexões entre a escravidão, a criminalização da população negra e o sistema de encarceramento em massa dos EUA.

Indispensável para se ter uma compreensão mais ampla sobre o conflito racial existente na sociedade norte-americana.

sábado, 8 de outubro de 2016

Pesquisa revela aumento do nível de endividamento das famílias de São Luís

Rua Grande, centro comercial da cidade de São Luís/MA.
Na comparação mensal, pesquisa realizada pela Fecomércio e CNC revela crescimento de 3,40% no mês de setembro.

Após dois meses de queda, o percentual de endividados em São Luís voltou a crescer no mês de setembro deste ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em parceria com a Federação do Comércio do Maranhão (Fecomércio), em setembro, 69,9% das famílias ludovicenses estão endividadas, indicando um aumento de 3,40% em relação ao mês anterior e avanço de 3,25% em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados representam um rompimento sazonal na tendência de queda mensal do índice de endividamento observado desde o mês de julho deste ano.

Analisando o nível de comprometimento da renda dos consumidores com o endividamento com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, a pesquisa revelou que 44,7% das famílias ludovicenses se consideram mais ou menos endividadas ou muito endividadas, enquanto 25,2% se declaram pouco endividados e 30% dizem não possuir dívidas deste tipo. “Neste período, o aumento do endividamento não está ligado ao aumento do consumo das famílias, e sim, a outros fatores como a crise gerada pela greve da rede bancária, que restringe a circulação do dinheiro e dificulta o pagamento dos compromissos financeiros”, explica o economista da Fecomércio-MA, Eduardo Campos.

Dentre os principais tipos de dívida, a pesquisa demonstra que o cartão de crédito representa 74,2% das dívidas atuais dos consumidores de São Luís, seguido pelos carnês (12,3%), crédito pessoal (6,8%), financiamento de automóveis (5,5%) e financiamentos de imóveis (4,1%).

Em comparação ao mês anterior, o nível de endividamento com cartão de crédito e carnês recuaram, respectivamente, 0,40% e 2,38%, enquanto as dívidas com crédito pessoal praticamente dobraram na variação mensal com avanço 94,29%. As dívidas com financiamento de carro também aumentaram 5,77% em relação ao mês anterior, enquanto as dívidas com financiamento da casa reduziram 8,89% em relação a agosto. Já o crédito consignado alcançou apenas 1,8% do nível de endividamento atual dos consumidores ludovicenses.

“Diante das poucas opções de crédito em um momento de retração econômica, os consumidores tendem a optar por captação de recursos com as menores taxas de juros possíveis, sendo que o crédito pessoal apresenta este perfil de taxas de juros mais baixas e parcelamento em prazos mais largos. Por outro lado, as dívidas com crédito consignado sofreram forte redução em função da fragilidade atual do mercado de trabalho, já que o pagamento dessa modalidade de crédito se dá mediante desconto em folha salarial e, com isso, dificulta a captação de recurso por essa via de crédito”, analisa o especialista.

Inadimplência

Dentre os consumidores que se consideram endividados, a pesquisa também analisou aqueles que possuem contas em atraso e, por isso, são considerados inadimplentes. Segundo o estudo, 43,1% das famílias ludovicenses endividadas indicaram ter alguma dívida em atraso, representando um aumento de 0,23% em comparação ao mês anterior. No total da população de São Luís, o índice de inadimplência é de 30,2% para o mês de setembro, que representa um avanço de 3,78% na comparação mensal e de 1,0% em relação ao mesmo período do ano passado.

O levantamento avaliou ainda as condições dos consumidores para o pagamento das dívidas em atraso, indicando que 13,8% das famílias ludovicenses não conseguirão quitar seus débitos atrasados e, portanto, deverão permanecer inadimplentes no mês seguinte. Na composição desse índice, a pesquisa demonstrou que, entre os consumidores que possuem contas em atraso, 45,9% das famílias afirmam que não terão condições de pagar suas dívidas, 25,8% indicam que terão condição de pagar parcialmente e 27,4% afirmam que pagarão totalmente suas contas atrasadas no próximo mês.

Entre as famílias que declararam possuir dívidas em atraso, a pesquisa indica que o tempo médio da conta em atraso é de 56 dias. Na composição do índice, 31,5% dos consumidores afirmam possuir dívidas em atraso de até 30 dias, conferindo uma redução de 18,6% das famílias com dívidas em atraso por esse tempo. No entanto, o levantamento apresentou tênue deterioração em prazos superiores a 30 dias, uma vez que 29,9% dos consumidores indicaram ter algum tipo de conta com pagamento atrasado entre 30 e 90 dias e 37% dos consumidores indicaram ter algum tipo de dívida em atraso em período superior a 90 dias. Respectivamente, constataram-se aumentos de 19,12% e de 4,82% no nível de contas atrasadas por esses períodos na comparação com os números do mês anterior.

“Neste ponto, observa-se o elevado comprometimento do equilíbrio orçamentário do consumidor, com efeito real sobre a redução de seu consumo privado e de bens de consumo duráveis, derivado da tentativa do consumidor em preservar sua capacidade de pagamento em níveis que não comprometam sua evolução futura de rendimentos”, pontua Eduardo Campos.

Comprometimento

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor avaliou também, dentro os consumidores que declararam estarem endividados, o tempo de comprometimento das famílias ludovicenses com essas dívidas. Nesse levantamento, 37,4% dos entrevistados demonstraram comprometimento com dívidas pelos próximos 3 meses, enquanto que 31% das famílias indicaram comprometimento com as dívidas no prazo de 3 a 6 meses, 12,3% dos consumidores indicaram o comprometimento com dívidas no prazo de 6 meses a 1 ano e 15,2% apresentaram o comprometimento com dívidas no prazo superior a 1 ano. Com isso, o tempo médio de comprometimento com as contas é de 5,1 meses.

Em relação ao mês de agosto, o comprometimento por até 3 meses avançou 3,89%, já o período de 3 a 6 meses recuou 6,06%, aqueles comprometidos com as dívidas de 6 meses a 1 anos cresceu 1,65%, assim como o tempo de comprometimento superior a 1 anos que avançou 1,33%.

“O alongamento do prazo para pagamento de dívidas é uma alternativa encontrada pelo consumidor para maximizar o uso de sua renda atual para o pagamento de seus compromissos, porém, como os juros se encontram elevados, as condições em que estes prazos são contratados se apresentam desvantajosos e consomem recursos da renda familiar, que migram da possibilidade do consumo para a certeza do pagamento de juros elevados”, orienta o economista da Fecomércio.

Outro aspecto importante que a pesquisa apresenta é o nível da renda do consumidor comprometida com as dívidas. De acordo com o estudo, considerando o total da renda familiar mensal comprometida com dívidas como cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel e prestação de carro e seguro, 18,9% dos entrevistados apresentam até 10% da renda mensal direcionada para as dívidas, enquanto 64,7% indicaram comprometimento da renda de 11% a 50% e 13,6% indicaram ter mais de 50% da renda destinada às contas. Nessa perspectiva, a pesquisa mensurou que a parcela média mensal da renda do consumidor comprometida com as dívidas é de 29,2%.

As informações são da Fecomércio/MA