segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Feira do Livro: um olhar contrastante

A 4ª edição da Feira do Livro de São Luís, que aconteceu de 12 a 21 de novembro, na Praça Maria Aragão, encerrou suas atividades com o mesmo sucesso de público do ano passado.

Com o tema “O livro é guia e instrumento da sabedoria”, a edição deste ano, que teve como patrono o escritor, cineasta e jornalista José Louzeiro, trouxe diversificados espaços onde foram desenvolvidas inúmeras palestras, debates literários, lançamentos de livros e apresentações culturais.

Um dos fatos que mais marcaram o evento foi a presença de um acentuado público infantil, de 0 a 6 anos, que, acompanhadas de seus pais, puderam participar e mergulhar no fabuloso mundo da imaginação, num espaço destinado exclusivamente para as crianças nessa faixa etária. Para Cristina dos Santos, 26, mãe de Maria Clara, de apenas dois anos, a Feira serviu de incentivo ao gosto pela leitura e pelas artes, tanto para ela quanto para sua filha, que observava atentamente as apresentações dos grupos de teatro infantil.

Outro ponto a favor da Feira deste ano foi o contato maior dos escritores com o público, que teve a oportunidade de discutir textos e idéias, além de tirar fotos e receber autógrafos, tudo facilitado pelo formato das palestras e dos debates, que estimulava a participação da platéia ao mesmo tempo em que favorecia maior interação entre leitores anônimos e autores renomados como Ceres Costa Fernandes, Sônia Almeida, além do próprio José Louzeiro.

No entanto, um aspecto negativo a ser ressaltado é a questão da desorganização do evento que, quase às vésperas da data prevista para seu início, ainda não se tinha certeza se iria acontecer ou não. Segundo a estudante Cecília dos Anjos, 25, que trabalhou na organização do evento, foram os patrocinadores que fizeram a Feira. “Se não fossem eles, a Feira não teria acontecido”.

Cecília informa ainda que o próprio homenageado não foi bem divulgado. “Este ano, quase não tem panfletos sobre o José Louzeiro. Se você olhar bem, só existe aquele da entrada e alguns outros menores, espalhados por aí, sem que ninguém veja direito. Muita gente já parou para me perguntar: Quem é esse Zé Louzeiro?”.

Já para o administrador Sóstenes Salgado, 43, outro ponto preocupante da Feira foi a falta de acesso da população mais pobre aos livros, cada vez mais caros. “A Feira se tornou um negócio. Não é algo popular. As classes menos aquinhoadas não têm acesso ao conteúdo dos livros. Só podem visualizá-los”, afirma o administrador. Para ele, uma possível solução seria a distribuição de livros. “Se isso fosse feito, a Feira atingiria seu maior objetivo: o de formar leitores”.

Assim, a edição de 2010 da Feira do Livro de São Luís deixa um saldo paradoxal no seio da população maranhense. Apesar do estímulo e da preocupação com as futuras gerações de leitores, exemplificadas na destinação de espaços excluvisos para o público infantil, o evento ainda deixa lacunas significativas para o cenário cultural regional, à medida que não favorece a materialização do desejo de inúmeros maranhenses pobres em aquisição de livros para serem lidos, e não simplesmente apreciados, vislumbrados nos estandes.

Nesse caráter meramente contemplativo, a “Feira do Livro” se transforma na “Feira das Editoras”, que elevam seus preços na expectativa de venderem mais – mas não a um mercado popular, e sim, às faixas mais “nobres” da sociedade maranhense e aos turistas, em visita à cidade – o que evidencia maior preocupação com os lucros do que com a disseminação do hábito da leitura, transmutando o significado do “livro como instrumento de sabedoria” em “livro como precioso artigo de luxo”.
           

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dia de Combate à Violência contra a Mulher

Muitas mulheres são vítimas de violência doméstica, preconceito no trabalho, enfrentam jornadas triplas (trabalhadora, mãe e esposa), não têm direito à autonomia do seu corpo – que dirá de sua vida, pressionadas não só por pais e companheiros ignorantes mas também por uma sociedade que vive com um pé no futuro e o corpo no passado. A qual todos nós pertencemos e, portanto, somos atores da perpetuação de suas bizarrices.

Discutimos muito sobre as mudanças estruturais pelas quais o país tem que passar, citando saúde, educação, transporte, segurança, mas esquecemos dos problemas ligados aos grupos que sofrem com o desrespeito aos seus direitos fundamentais. Que não conhecem classe social, cor ou idade. Como as mulheres, que são maioria – e minoria.


Nesta quinta (25), celebra-se o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta contra a Violência à Mulher. Por isso, trago algumas ponderações sobre diversas formas de violência que praticamos diariamente para relembrar a data: (para uma leitura mais aprofundada, recomendo o blog Viva Mulher, da jornalista Maíra Kubik Mano)


- Dado Dolabella, que ficou conhecido por agressão e por ser enquadrado na Lei Maria da Penha, ganhou um R$ 1 milhão em um reality show, após voto maciço de internautas e telespectadores. Um povo que premia um agressor de mulheres tem moral para reclamar de corrupção na política ou de qualquer outra coisa?


- Mesmo em cargo de chefia, as mulheres têm que provar que são melhores do que os homens. Néstor morreu e houve gente que perguntou se Cristina teria capacidade de tocar o governo argentino sem os conselhos dele na cama. Fino…


- Temos uma mulher presidenta. Simbolicamente relevante, politicamente insuficiente. São poucas as governadoras, prefeitas, senadoras, deputadas, vereadoras. Mas também executivas, gerentes, síndicas de condomínios. Falta criar condições para que elas cheguem lá. Ou alguém acha que isso vai ocorrer por geração espontânea?


- A Suprema Corte tem 11 assentos. Só dois deles pertencem a mulheres, infelizmente. Já ligaram a TV Justiça em horário de transmissão do STF de pautas importantes e temas que são holofotes para o ego? Testosterona demais, sabe?


- Mulheres são maioria nas redações, mas não em cargos de alta chefia – muito menos entre os editorialistas, que redigem a opinião dos veículos de comunicação.


Pesquisas apontam que a violência doméstica não é monopólio de determinada classe social e nível de escolaridade. Junto com homofobia e machismo são problemas que ocorrem em todo o subcontinente, da sociedade mexicana à chilena, passando pela brasileira. OK, no nosso caso é melhor colocar a culpa no processo de formação do Brasil, na herança do patriarcalismo português, nas imposições religiosas, no Jardim do Éden e por aí vai. É mais fácil atestar que somos frutos de algo, determinados pelo passado, do que tentar romper com uma inércia que mantém cidadãos de primeira classe (homens, ricos, brancos, heterossexuais) e segunda classe (mulheres, pobres, negras e índias, homossexuais etc). Tem sido uma luta inglória, mas necessária, tentar abrir a cabeça do povo.


- Para muita “gente de bem”, pior que prostituição infantil é mulher adulta ter direito a decidir sobre seu próprio corpo. Até porque, cada coisa no seu lugar: mulher é historicamente objeto e menina com peito e bunda já é mulher. Mesmo que brinque de boneca.


- Lembram o que aquele juiz tosco, de Sete Lagoas (MG), disse ao rejeitar punições baseadas na Lei Maria da Penha?: “Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (…) O mundo é masculino! A idéia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!”(…) Para não se ver eventualmente envolvido nas armadilhas dessa lei absurda, o homem terá de se manter tolo, mole, no sentido de se ver na contingência de ter de ceder facilmente às pressões.” 

- História que segue pau-a-pau com a do arcebispo de Olinda e Recife José Cardoso Sobrinho, que excomungou, no ano passado, os médicos envolvidos em um aborto legal realizado em uma menina de nove anos, grávida de gêmeos do padrastro que a estuprava desde os seis anos de idade. Ela tinha 1,36 m e 33 quilos. Deus Pai!


Em 1983, o ex-marido de Maria da Penha atirou nas costas da esposa e depois tentou eletrocutá-la. Não conseguiu matá-la, mas a deixou paraplégica. Muitos anos de impunidade depois, pegou seis anos de prisão, mas ficou pouco tempo atrás das grades. A sua busca por justiça tornou-a símbolo da luta contra a violência doméstica. A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006 para combater a violência doméstica contra a mulher, sofre constantes ataques desde que foi criada. Interpretações distorcidas de juízes, falta de orçamento para colocar políticas de prevenção em prática, tentativas de diminuir a força dessa legislação. Inacreditável? Que nada! Viva o Brasil chauvinista e patriarcal, que usa a justificativa da “defesa da honra” para honrar a própria ignorância e covardia.


- A opressão realmente adota formas diferentes. Muitas vezes travestidas de um simples costume. Por exemplo, forçar a namorada a adotar o sobrenome após o casamento é bisonho. Uns vão chamar de tradição – esquecendo que tradição é algo construído, muitas vezes pela classe (ou gênero) dominante. Mas, pense pelo outro lado: se for para trocar, que tal invertermos e os homens começarem a adotar os sobrenomes de suas esposas?


- Homens que trabalham no Brasil gastam 9,2 horas semanais com afazeres domésticos, enquanto que as mulheres que trabalham dedicam 20,9 horas semanais para o mesmo fim – dados de uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho. Com isso, apesar da jornada semanal média das mulheres no mercado ser inferior a dos homens (34,8 contra 42,7 horas, em termos apenas da produção econômica), a jornada média semanal das mulheres alcança 57,1 horas e ultrapassa em quase cinco horas a dos homens – 52,3 horas – somando com a jornada doméstica. E os caras ainda dizem que trampam mais do que elas, vejam só.

Por fim, mas não menos ridículo, cantar um “tapinha não dói” tornou-se hit cult.


Todos nós, homens, somos sim inimigos, até que sejamos educados para o contrário. E tendo em vista a formação que tivemos, é um longo caminho até alcançarmos um mínimo de decência para com o sexo oposto.

Texto escrito pelo jornalista Sakamoto.

domingo, 21 de novembro de 2010

Um Reitor Negro: medo ou preconceito?

Na história da humanidade, os conflitos entre povos, resultavam sempre em vencedores e cativos, ou seja, após as guerras, os vencidos passavam a serem cativos dos vitoriosos.
Quando os conquistadores portugueses começaram os primeiros contatos com os africanos, no século XV, não havia ainda atrito de origem racial, entretanto, na época, iniciou-se o comércio de escravos, com a finalidade de aumentar o número de trabalhadores na sociedade européia.
No século XIX, quando os europeus iniciaram a colonização do Continente Africano e nas Américas, impuseram aos povos nativos, leis e novas formas de viver, pregando a doutrina dominante de que negros e índios eram raças inferiores, iniciando-se então a discriminação racial. Os colonizados que não aceitavam a submissão aplicavam-lhes o genocídio.
No Brasil, as primeiras discriminações raciais, vêm com o descobrimento em 1500 e as vítimas, foram os índios. No período colonial até o final do Império, a escravidão no Brasil é marcada pelo uso de escravos vindo do Continente Africano.
A escravidão foi oficialmente abolida no Brasil, segundo a história, no dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Entretanto, no nosso entendimento, a citada lei, não passou de letras mortas, pois tiraram os negros das senzalas e os colocaram nos guetos, palafitas das favelas e nos porões das cadeias e penitenciárias públicas. A escravidão moderna continua. A sociedade diz não ser racista, mas, nega-lhes o acesso às políticas públicas, como a educação de qualidade, a saúde, o emprego decente e digno.
A rigor, durante todo esse tempo, o racismo permanece vivo em nosso país e exemplos de casos não faltam como o caso Gerô, o Jeremias Pereira da Silva, espancado até a morte por policiais militares, em março de 2007.
Segundo Aurélio, racismo “é uma doutrina que sustenta a superioridade de certas raças. Preconceito ou discriminação em relação a indivíduo considerado de outra raça”.
Na sociedade maranhense, composta em sua grande maioria por afro-descendentes, mesmo assim não foge a regra. Pratica-se o racismo camuflado e/ou explicitamente.
Um fato de puro racismo veio à tona com as eleições para Reitor da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA.
O Prof. Joaquim Teixeira Lopes (Juca) ao inscrever-se como candidato a Reitor, juntamente com a Profa. Dra. Maria Célia Pires Costa, na condição de Vice-Reitora, aquele foi alvo de puro racismo em um Blog do jornalista Marco Aurélio D’eca.O referido blog oportunizou que anônimos racistas externassem e disseminassem seus ódios raciais e a intolerância. Valendo-se ao mesmo tempo da possibilidade do anonimato e do alcance de milhões de internautas, covardes racistas manifestaram-se de forma intolerável ao candidato Juca.
A prática e a divulgação do racismo, mesmo pela internet são tratadas como um crime pela legislação brasileira e o site onde o blog está hospedado, é passível de punição previstas em lei, além de poder ser retirado do ar.
A Constituição Brasileira de 1988, tornou a prática do racismo crime sujeito a pena de prisão inafiançável e imprescritível.
O artigo do jornalista Marco D’eca, postado em 14/11/2010 em seu blog, intitulado: “Candidato a reitor da Uema desrespeita decisão do Consun e mostra desconhecimento da lei”, diz:
O eterno candidato a reitor da Uema, professor Juca (na foto de camisa vermelha e óculos), deu uma demonstração de desconhecimento da lei e da falta de respeito ao órgão máximo da instituição, o Conselho Universitário – o que o põe distante da grandeza que o cargo requer.
Ao invés de usar o convencimento por meio de proposta como estratégia de campanha, como exige a democracia, prefere o golpe baixo, a política rasteira e o argumento sem prova.
O texto fomentou comentários preconceituosos de internautas. De forma subliminar, o jornalista supramencionado passa sua mensagem preconceituosa aos internautas, na tentativa, dissimulada de persuadi-los a ver o candidato Juca, preconceituosamente, ou seja, o texto citado acima, atuou de forma indireta no subconsciente das pessoas e atingiu o objetivo do autor, ensejando comentários odientos e preconceituosos, como o do anônimo “Professor” que disse: “Juca é uma piada”, seguidos de outros comentários racistas como o que se denominou “Titular”, in verbis:
Titular disse:
"Como um sujeito desse quer ser reitor da Uema? Além de não entender nada da legislação não sabe falar e muito menos se vestir ou pentear os cabelos!! Jamais vamos querer um representante desse nível para assumir os destinos da nossa Universidade".
Outro internauta como o Tonho disse: “[...] Um irresponsável de marca maior!!”, já o Mauro comentou: “Juca é um terrorista disfarçado de defensor dos servidores" e o Luís Fredson assinalou: “estou na Uema há 14 anos e sei que Juca é sinônimo de bagunça e de palhaçada".
Nota-se que esses e outros assimilaram bem a mensagem do jornalista e, protegidos pelo anonimato, externaram todo o seu racismo.
Pior de tudo é que, pelo conteúdo dos comentários, os anônimos pertencem à comunidade acadêmica da Uema.
No entanto, o cerne da questão está na cor da pele do prof. Juca. Ser negro neste país, não é fácil. Uma das poucas áreas que a sociedade aceita que o negro consiga destaque é o esporte.
Um reitor negro? É medo ou preconceito? Analisemos a questão.
O medo é um bom justificador para o preconceito. O medo de um reitor negro significa o medo de perder o que foi conquistado, o medo de perder privilégios, o status. O Juca reitor, faz tremer e temer, quem tem algo a esconder, ou fez algo de errado.
A perda do medo é o caminho para superar o racismo e o preconceito.
Registro mais recente da superação do medo foi da África do Sul. Nesse país, o apartheid, iniciado em 1948, manteve a população africana sob domínio dos europeus e teve seu fim em abril de 1994.
Nelson Mandela, advogado e líder do movimento antiapartheid, em 1962 foi preso e condenado a 5 anos de prisão e, em 1964, foi sentenciado novamente a prisão perpétua, porém em fevereiro de 1990 foi libertado e foi o primeiro presidente negro da África do Sul, de 1994 a 1999.
Comunidade acadêmica da Uema e sociedade maranhense, não tenham medo do Juca e façam como o prof. Técio Leite, que postou comentário no blog do jornalista dizendo:
"Acho que vocês estão com preconceito contra o professor Juca que há muitos anos é um porta voz das manifestações de uma grande parcela de professores e funcionários da UEMA".
Outro internauta do blog Sr. Carlos Leen disse: Nunca vi tantos comentários preconceituosos juntos. O prof. Juca é um lutador a serviço de sua classe [...] e o servidor Apolinário Costa Coelho postou: "[...] o que faz um homem não é o modo de se vestir ou sua aparençia {sic}, e sim o seu caráter, a sua moral e dignidade [...]".
Parafraseando o Nelson Mandela, vos digo: Comunidade Acadêmica da Uema, que não tem medo e nem preconceito: Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! e teremos um reitor, afro-descendente.
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinada a amar”. Nelson Mandela
Engenheiro Agronômo Júlio Cesar de Sousa Martins
Servidor da Uema

sábado, 20 de novembro de 2010

O Efeito Dissonante da Existência do Estado

O nascimento do Estado Democrático de Direito na modernidade vincula-se ao entendimento da impossibilidade dos homens viverem em comunidade e de solucionarem pacificamente seus conflitos. Sua natureza, portanto, seria constituída pela função de mediador desses conflitos que, de certa forma, obstacularizavam o desenvolvimento das nações e, por conseguinte, dos homens.

Para o filósofo John Locke, a existência de tais conflitos edificam a máxima de que "o homem é o lobo do próprio homem", cujas disputas entre si beiram a selvageria, justamente pela ausência de "uma força" ou instituição que promovesse a justiça através da solução pacífica das contendas e da mediação para o entendimento recíproco.

A necessidade de um "Estado", pois, vai sendo criada e forjada na constatação dessa "natureza perversa" do homem, que não consegue estabelecer um convívio saudável em sociedade. Segundo o filósofo Thomas Hobbes, outro teórico da constituição genética do Estado, essa força invisível, porém sensível, precisaria se impor sobre a coletividade para fazer valer suas deliberações, a fim de que a "maldade humana" fosse sufocada e reprimida em detrimento da manutenção dos laços de união entre os cidadãos de um mesmo povo.

Para tanto, seria necessário centralizar a política e todo o poder dela emanente nas mãos desse "Leviatã", que se ramificaria pelas diversas células constitutivas do convívio social, onisciente, onipotente e onipresente em todas as situações de regulação da vida em sociedade, exigindo a submissão fiel e silenciosa de seus súditos em troca de segurança e proteção. O Estado hobbesiano, portanto, seria esse verdadeiro "monstro" totalitário, necessário para se impor com força e poder suficientes para dirimir os conflitos e manter a coesão da nação.

No entanto, numa perspectiva diametralmente oposta, o filósofo Jean-Jacques Rousseau estabelece uma crítica a esses dois modelos teóricos de formação do Estado. Na concepção rousseniana, é necessário que haja uma espécie de "contrato social" entre os homens, pelo qual as liberdades individuais de cada cidadão seriam delegadas à coletividade. Dessa forma, ninguém se sobreporia a ninguém, pois o Estado seria fruto da vontade consciente e geral da população, ao qual todos devotariam obediência, obedecendo assim a si mesmo.

Em suma, o Estado teria a natureza da "vontade geral", esplendor da forma racional de organização social, através do qual todos seriam atendidos e contemplados, pois suas decisões seriam deliberadas baseadas no princípio da coletividade, isto é, no "bem-comum".

Portanto, cada súdito (cidadão) seria livre e alcançaria a felicidade, pois prosternaria-se em obediência à sua própria vontade, já que as individualidades diluíriam-se na coletividade, sem nenhum risco do privatismo de interesses dos governantes se sobreporem ao organismo social, que os expulsaria e elegeria outros "aspirantes a gestores públicos" mais concatenados com o entendimento absoluto da "vontade geral".

Trazendo tais concepções para os dias atuais, percebemos que os três teóricos teriam certa relevância em alguns aspectos da vida política do Brasil. No quesito segurança pública, por exemplo, observamos uma tendência cada vez mais crescente de se "vigiar" a sociedade e saber de tudo o que se passa com os cidadãos, identificando-os e dizendo quem são eles.

Tal perspectiva amolda-se perfeitamente à concepção hobbesiana do "Leviatã", figura do "Estado-monstro" que tudo vê e ouve, materializada nas inúmeras câmeras espalhadas pelo país afora, tanto em lugares públicos quanto privados, bem como na tentativa de se reunir em um banco de dados, geral e único, todas as informações pertinentes aos súditos da "pátria mãe gentil", o conhecido "Registro Único", facilitando assim o trabalho investigativo dos órgãos de segurança sobre os "desgarrados da lei".

Além disso, no que diz respeito à eficiência da solução dos conflitos, é sensível a presença do pensamento de Locke justamente na constatação da ausência da justiça "cega" do Estado, que sempre se posicionou (e ainda o faz) a favor dos interesses das classes dominantes e fechou os olhos para os despossuídos. Nesse sentido, o homem continua sendo o lobo do homem, não mais pela inexistência de uma "força conciliadora", mas por sua ineficiência e inoperância diante das contendas e de sua utilização deliberada a pender sempre para o lado da balança que mais lhe convir.

Em último aspecto, analisamos que o idealismo romântico rousseauniano se retroalimenta pelos veículos de comunicação, que enaltecem a nossa frágil democracia em tempos eleitorais para promover a disfarçatez do colonialismo econômico reinante em nosso modo de fazer política, no qual os partidos e os políticos continuam a dilatar o abismo entre os objetivos do Estado e a felicidade do povo, tendo como resultado diacrônico a imersão do bem-comum no recôndito subterrâneo cancerígeno da corrupção.

Por tudo isso, no que tange à efetividade do Estado "Democrático" de Direito no Brasil, é que observamos com tristeza e indignação a supressão de seus objetivos sociais. Mensalões, Sanguessugas, dinheiro em meias e cuecas de parlamentares, malas abarrotadas de dólar, compra de castelos, palácios e... panetones..., são alguns do sem-número de exemplos de que a figura do Estado sofre de deformação aguda, de desmacaramento de suas sevícias e de exposição visceral de seus órgãos espúrios.

À luz dos teóricos analisados, a figura do Estado passa por uma metamorfose decadente, sôfrega e contraditória. Se, antes, gestado como mediador dos conflitos oriundos da vida em comunidade, mantenedor dos laços coesivos da nação e promotor do bem-comum, nos dias que se seguem, particularmente no Brasil, são os "ismos" que continuam a ditar as regras do jogo da sobrevivência da população: clientelismo, paternalismo, patrimonialismo, assistencialismo, onde todos os súditos da "terra adorada" são transformados em "gado consumidor", despolitizados e marginalizados, no que diz respeito ao debate político, cada vez mais inexistente.








Sai a Lista dos Classificados para as Finais do II Som na CUCA

A II edição do Festival de Música do Circuito Universitário de Cultura e Arte – CUCA “Mestre Antônio Vieira”, que acontecerá nos dias 01 e 02 de dezembro no Circo Cultural Nelson Brito “Circo da Cidade”, mostra mais uma vez ao público maranhense o melhor da música produzida no Estado, fortalecendo, principalmente, a cultura musical oriunda das universidades (berço nacional de grandes talentos que o CUCA, desde a época do Centro Popular de Cultura (CPC), nos anos 60, vem revelando).

A coordenação do II Som na CUCA parabeniza a todos os artistas que se inscreveram na edição de 2010, tendo a certeza de que iniciativas como o festival só vem a dar maior visibilidade aos trabalhos de qualidade feitos no Maranhão nos diversos estilos musicais. Já foram escolhidos os 16 finalistas do II Som na CUCA.

Conheça os finalistas:

Lista Oficial dos classificados para o II Som Na Cuca:

1. Conspiração - Bartolomeu Rodrigues
2. Cabo De Guerra- Chico Nô
3. Chão - Durval Junior
4. Na Batida Do Tambor - Emanuel De Jesus
5. Vida Empoeirada - Flávio Quin
6. Tantos Olhos - Hyudison Cassio
7. Encruzilhada - Ivaldo Guimarães
8. Nesse Terreiro - José De Ribamar Negreiro Xavier
9. Cacos - Marcelo Amati
10. Catinguelê - Paulinho De Maré
11. Xeque - Ronaldo Queiroz
12. Meu Dêngo - Saul Gutman
13. História De Um Par - Sérgio Muniz
14. Cavalo De Fogo - Smith Junior E Uimar Cavalcante
15. Bossa Nossa - Thiago Máci
16. Sintomas De Saudade - Zé Lopes

Agora, é aguardar e curtir o que rola de melhor no cenário musical maranhense.

sábado, 13 de novembro de 2010

Nos Bastidores da Notícia: A Manipulação da Informação Midiatizada

Você acredita realmente em tudo o que lê, ouve e assiste nos veículos de comunicação? Se sim ou se não, sinta-se à vontade para nos acompanhar nestas linhas, onde expomos os bastidores da fabricação das notícias que nos chegam todos os dias pelos mais variados meios de comunicação.

Quem envereda pelo campo jornalístico, é sabedor de que não há isenção sobre os fatos noticiosos, ou melhor, sobre aquilo o que irá virar notícia. Estudos recentes revelam a existência de alguns mecanismos que, sob determinado prisma, conformam verdadeiros padrões de manipulação da informação midiatizada.  

A fragmentação é um destes padrões de manipulação utilizados pelas instituições midiáticas, consistindo na particularização, na atomização do fato jornalístico e na sua descontextualização, isto é, na não vinculação contextual das partes fragmentadas ao seu todo constitutivo, a realidade observada.

De fato, este processo de maquiagem da realidade ou de invenção de uma realidade fictícia através da fragmentação ocorre na grande maioria dos veículos de comunicação como estratégia de extração suficiente de informações sobre determinado fato jornalístico. À medida que o jornalista se debruça sobre o seu objeto de pesquisa, ele tende a isolá-lo, como forma de garantir ou explorar o máximo de informações possíveis para saciar a pretensa "curiosidade" do público leitor/espectador, departamentalizando cada situação observada, para, posteriormente, ordená-las à sua maneira.

Neste processo, contudo, a descontextualização aparece como um equívoco, não muito relevante para os grandes conglomerados comunicacionais, pois o que importa é o que foi dito, escrito, narrado. Muitas vezes, o público não se atenta para essa questão do contexto no qual as falas e as palavras escritas foram produzidas, e sim, com os seus efeitos ulteriores. E é neste ponto que a fragmentação é bem vinda e bastante utilizada pelos veículos midiáticos, como forma de garantir que as matérias produzam os efeitos almejados, desde a elaboração das pautas, passando pela seleção e descarte de informações, até a sua publicização final.

A impressão aparente que se observa deste mosaico noticioso é a de uma "ditadura informacional". Ditadura, sim, pois nunca o público (sociedade) tem acesso ou visibilidade de toda a dinâmica e dos complexos que engendram e edificam o produto final, ou melhor, as estruturas de mascaramento e ocultação/preservação de "verdades aceitáveis" que, quase sempre, obstacularizam ou promovem visibilidade distorcida da realidade observada através da imprensa.

E informacional, sim, também, pois o que é publicado e veiculado pelos "media" é aceito e introjetado pelo público leitor/espectador como caráter de "verdade", de realidade plena, quase nunca contestável em sua gênese elaborativa e em seus efeitos sintomáticos, no interior dos espaços que ocupa e reivindica na sociedade.

Nesta perspectiva, a separação das partes e a sua descontextualização ou revinculação a contextos diferentes, geralmente produzem sentidos desconexos aos da "realidade original", por assim dizer, criando desta forma novos e deformados sentidos, fatalmente condizentes ou norteados pelas instituições  midiáticas a seu bel prazer.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A Comunicação na Internet: um sopro de liberdade

O processo de comunicação através da rede mundial de computadores sofreu um impulso significativo nos últimos anos, diante da proliferação de inúmeras ferramentas que potencializaram as relações comunicacionais entre os usuários da Internet, os ditos "internautas". Orkut, Blogs, MSN, Twitter, dentre outros, constituem-se, atualmente, como importantes meios de expansão da comunicação, o que acaba por pulverizar assim as fronteiras que se interpunham como obstáculos geográficos, bem como possibilitando a divulgação do pensamento livre em larga escala, sem a necessidade de intermediários nem o controle de veículos institucionalizados.

A dissipação das fronteiras geográficas através da Internet foi um importante salto para uma comunicação mais eficiente entre emissores e receptores, pois se antes o tempo de resposta vinha a galope, agora a mesma pode ser obtida praticamente em "tempo real", independentemente da distância entre os agentes, o que facilita a absorção da mensagem e as ações dela decorrentes. Hoje em dia, é possível estabelecer contato virtual com qualquer pessoa do mundo contectada à rede, a qualquer momento. Algumas ferramenteas como Facebook, Orkut, Twitter, só para citar as mais disseminadas, viraram verdadeira coqueluche entre os internautas, quer seja pela facilidade de comunicação e entretenimento, quer pela comodidade de estar em casa, no trabalho, na escola ou nas conhecidas e prolíferas lan houses.

Além disso, a comunicação na Internet atende a um princípio bastante importante nesse tipo de relação, a liberdade de expressão. Muitos recorrem à rede por encontrarem nela um espaço de disseminação do pensamento livre, desprovido das amarras ideológicas e institucionais que sedimentam a comunicação num nível mais amplo. Temos, por exemplo, os blogs, que se constituem num outro espaço de natureza comunicativa e informacional na rede, onde as discussões propostas e as informações veiculadas são sempre de escolha do proprietário da página, mas a participação dos leitores é praticamente irrestrita, ampliando assim o aspecto de interatividade no mundo virtual. Tanto o público leigo quanto especialistas podem criar e manter seus blogs, de acordo com suas preferências, propondo e debatendo temáticas as mais diversas possíveis, sem regulações a priori nem estabelecimento de censura prévia.

Por tudo isso, a Internet funciona como uma verdadeira plataforma sob a qual erigi-se uma alternativa ao processo comunicacional dito "oficial", onde as distâncias geográficas e os cerceamentos maquinados pelos veículos institucionalizados voam longe. O público leitor também passa a ser disseminador de informações, ideias e pensamentos, à medida que interage e dialoga com seus interlocutores virtuais, elevando assim o potencial comunicativo destas novas ferramentas, o que favorece um olhar para um futuro mais livre e democrático.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Analfabetismo Funcional e o Ensino Superior Brasileiro

O ensino superior brasileiro, há muito, desenvolveu-se através da disseminação da pesquisa e extensão, mas ainda assim não conseguiu insuflar na sociedade como um todo a prática da leitura. O que se percebe é apenas a instrumentalização da leitura, a transformação deste componente de formação crítica e conscientização em ferramenta operacional na busca pela obtenção do diploma.

Se se espelha no ensino superior o desenvolvimento de uma nação através da produção de conhecimento e aplicação posterior deste na realidade social, no cotidiano de quase cento e noventa milhões de brasileiros, há que se pensar também que a prática da leitura ainda não se constituiu num hábito. Segundo pesquisas recentes, o maior efetivo populacional de analfabetos são os funcionais, aqueles que leem e escrevem, mas não desenvolveram a capacidade de raciocínio e compreensão sobre o que leem e escrevem. Isso mostra que, mesmo com avanços na área de pesquisa e extensão, as universidades públicas e instituições privadas de ensino superior no país não obtiveram resultados frutíferos mínimos na questão de seu papel social primário: o de transformar a vida dos brasileiros através da leitura e, consequentemente, da educação.

Tal quadro se mostra ainda mais alarmante quando os próprios "universitários", por assim dizer, demonstram certa repulsa pela leitura à medida que são estimulados por seus professores. É o que revela dados do último Enad, onde se constatou que muitos alunos não conseguiam compreender o que se pedia nas questões. Talvez, essa deficiência adquirida por um modelo de  "educação bancária", que transformou aprendizes em meros reprodutores de conteúdo ao longo de toda sua gestação educacional, não se resolva de modo assim tão simples na instância superior do ensino, já que a reprodução deste mecanismo não se extingue na academia, pelo contrário, acaba encontrando tentáculos em diversas faculdades particulares, principalmente.

Diante disso, pode-se inferir que a estrutura educacional brasileira do ensino superior ainda está longe de transformar a realidade social através da leitura, já que a preocupação com o diploma está acima da compreensão inteligível sobre aquilo o que se lê. Necessária é, pois, a implantação de políticas públicas eficazes que incentivem, desde cedo, a prática da leitura nas diversas instâncias do saber, para que os jovens de amanhã não sejam, em hipótese alguma, incluídos no descalabro cenário do analfabetismo funcional de hoje, cuja valorização pelo saber esteja acima da obtenção de certificados e papéis que, por si só, nada significam.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Fique ligado: II Som na Cuca tem datas alteradas

Som na Cuca - NOTA DE ESCLARECIMENTO
Alteração das datas do evento para os dias 1 e 2 de Dezembro de 2010

O CUCA - Circuito Universitário de Cultura e Arte “Mestre Antônio Vieira” - MA, informa a comunidade universitária, aos inscritos no festival II Som na Cuca e demais interessados que o evento não será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro como o previsto, em virtude da ocorrência dos shows das bandas “Garota Safada” e “ Revelação”, que irão ocorrer no dia 3 de Dezembro no Centro Histórico, ao lado do Circo Cultural Nelson Brito (Circo da Cidade), impossibilitando assim a realização do festival nas referidas datas.

Tendo em vista esta situação, o Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA) alterou as datas do evento para os dias 1 e 2 de Dezembro de 2010, sendo na quarta e quinta respectivamente.

INFORMAÇÕES DO FESTIVAL
LOCAL: Circo Cultural Nelson Brito (Circo da Cidade)
DATAS: 1 e 2 de dezembro de 2010
HORÁRIO: 19:00 hrs

INSCRIÇÕES
No DCE, DAC, ou pelo email:somnacuca@gmail.com até o dia 12 de novembro

ATRAÇÕES
Juba de Leão

Beto Enhongue e os canelas pretas

“Da guitarra ao tambor, no meu Mara tem tudo isso !!”

O II Som na Cuca está chegando com intuito de revelar grandes talentos da nossa música, de reforçar a cultura maranhense e relembrar o espírito dos grandes festivais que já passaram por nosso Maranhão. Não perca esta oportunidade, inscrevam-se !!!

HEVELYS SANDES
Secretário de Comunicação do CUCA –MA
9992 6252

PAULO GUSTAVO (TOTTI )
Coordenador Geral do CUCA-MA
8847 3630

Fonte: DAC - Departamento de Assuntos Culturais da UFMA

Abertas inscrições para cursos de Música em São Luís

O Centro de Criações Artísticas (Criart) está com inscrições abertas para os cursos de canto, teclado, violão, guitarra, piano e pintura em tela. As oficinas ocorrem de segunda a sábado, nos turnos matutino, vespertino e noturno, uma ou duas vezes por semana, com uma ou duas horas de duração por aula.

Os cursos têm conteúdo programático e certificado. As aulas ocorrem de forma individual ou em grupo. Os cursos são destinados a crianças, jovens, adultos, idosos e portadores com necessidades especiais.

As vagas são limitadas, e as inscrições podem ser feitas por meio dos telefones (98) 3235-8401 e (98) 9139-1573. O Criart fica na avenida Marechal Castelo Branco, nº 600, Edifício Constantino Castro, Loja 3, bairro São Francisco, em São Luís.

Agora, é só se inscrever e participar.

Prorrogado o prazo de inscrições para o Festival de Poesia da UFMA

Em virtude dos feriados deste início de mês, a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Departamento de Assuntos Culturais (DAC) da Pró-Reitoria de Extensão, prorrogou, até 10 de novembro, as inscrições para o 23º Festival Maranhense de Poesia. O festival tem apoio da Fundação Municipal de Cultura (Func), e ocorre nos dias 18 e 19 de novembro, na Praça Maria Aragão, em São Luís, dentro da programação da 4° Feira do Livro. Cada concorrente poderá inscrever apenas um poema, inédito, com tema livre, não ultrapassando o limite de duas laudas.

A inscrição deverá constar de: preenchimento da ficha de inscrição; três cópias do texto digitadas ou datilografadas; gravação do texto em CD para utilização no Programa da Sessão final; dados biográficos do autor.

As inscrições poderão ser entregues pessoalmente ou enviadas pelos Correios, no DAC, que fica no Palacete Gentil Braga (rua Grande, nº 782, Centro, CEP 65020-250, São Luís/MA). Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (98)3232-3901 e (98) 3231-2887, pelo e-mails dac.adm@ufma.br, ou, ainda, pelo www.festivalguarnice.blogspot.com.

O regulamento pode ser acessado no endereço abaixo: