terça-feira, 17 de maio de 2011

Secretário de Cultura é vaiado na Abertura da Semana de Teatro do Maranhão

O secretário de estado da Cultura, Luiz Henrique Bulcão, foi vaiado pela plateia na abertura da VI Semana de Teatro do Maranhão, na noite desta segunda-feira (16), no Teatro Arthur Azevedo. 

Antes, o diretor do TAA e cantor do Boi Barrica, Roberto Brandão, havia sido interrompido em seu discurso pelos protestos de um ator instalado na galeria do teatro.

Na noite em que a principal atração seria o espetáculo "Quando ando em pedaços ou notas sobre minha mãe", da coreógrafa Paula Pi", Brandão e Bulcão se transformaram nos personagens principais de um cena grotesca.

O script sofrível começou com a apresentação de um casal que no extremo do formalismo, lembrava as formaturas de colégios americanos em filmes B de Hollywood, ou os antigos festivais da Record, lá atrás, no anos de chumbo no Brasil.
 
Com direito a vestido preto sobressaindo detalhes cintilantes, a apresentadora esfaqueou a gramática na primeira frase: "Há três meses atrás", redundou, trilhando depois em boa dicção o texto pedrogoso conjugado na terceira pessoa do plural. Não na visão dos atores do teatro, mas dos gestores da cultura no estado.

Premeditadamente lançando faspas às edições anteriores da semana, o texto se aluvava mais a uma cerimônia de assinatura de convênio do naipe do Minhas Casa, Minha Vida que a arte de Baco, segundo passagem constante no mesmo. À propósito, no palco estavam perfilados o ex e o atual superintendentes da Caixa, patrocinadora do evento.

Zé Carlos da Caixa, hoje deputado estadual pelo PT se esquivou das vaias, lançando uma campanha de recolhimento de abaixo-assinado para transformar o prédio de azulejo da esquina da rua de Nazaré, onde funciona a agência da Caixa, em um espaço cultural. Correligionário dos Sarney, sabe Zé Carlos da Caixa que a assinatura visível é aquela que tem voto de apoio no Congresso. De certa forma, não deixa de ser uma proposta alvissareira.

Nan Souza, o criador e eterno presidente do São Luís Convention Bureau, caixa forte dos projetos da SECMA, foi hábil em apaziguar os ânimos. Sobrou mesmo foi para o crooner e o compositor do Barrica. Brandão superdimensionou o apoio da "sua" governadora Roseana Sarney (PMDB), realçando sua sensibilidade ao investir mais de R$ 500 mil na semana do teatro. Disparou o start do protesto e das vaias.

Daí para frente, a cena ganhou tonalidade felliniana. Contrangido, o secretário de cultura de Açailândia buscava a invisibilidade no palco. Conseguiu diante de tamanha exposição de antipatia de Bulcão e Brandão. Podemos dizer que o "bicho" caiu por terra na solenidade.

Fonte: Blog Du Bóis
Editado por: Hugo Freitas

4 comentários:

  1. Nunca tive tanta vergonha da situação do meu Estado...

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  2. É lamentável mesmo esse estado em que se encontra o Maranhão, em todas as suas reminiscências.

    Grato por sua participação. Abraços fraternos.

    Hugo Freitas

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  3. Interessante mesmo é a ocupação, pela Companhia Barrica, da SECMA. Tal ocupação chega ao extremo da falta de ética, quando vemos na lista de aprovados no Edital Universal um de J.P Godão, que integra o organograma da Secretaria. Indefensável.

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  4. Sem dúvida, companheiro.

    Uma verdadeira lástima esse descalabro que você nos apresenta.

    A corrupção e o "jeitinho brasileiro" estão entranhados em todas as esferas da sociedade, inclusive na cultura. Não é mais exclusividade do campo da política.

    Essa informação deve ser divulgada. Vamos apurá-la e, talvez, a publiquemos aqui neste espaço em forma de matéria.

    Continue enviando-nos informações que denunciem as irregularidades cometidas no Maranhão. A participação dos leitores é fundamental para a democratização e aperfeiçoamento deste espaço.

    Grato pela colaboração. Abraços fraternos.

    Hugo Freitas

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Grato pela participação.