quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Morreu o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il

Kim Jong-il, líder norte-coreano

A TV estatal da Coreia do Norte informou nesta segunda-feira (19) que o governante do país, Kim Jong-il, morreu no último sábado (17), às 8h30m (horário local, 21h30m de sexta-feira pelo horário de Brasília).

O líder norte-coreano, de 69 anos, enfrentava sérios problemas de saúde e já tinha sofrido um derrame, em 2008. Segundo fontes, ele estava em estado de apoplexia há alguns meses. De acordo com um despacho norte-coreano publicado pela agência sul-coreana Yonhap, Kim morreu por causa de "fadiga mental e física" e teve um ataque cardíaco durante uma viagem.

O anúncio da morte do líder que governou com mão de ferro a Coreia do Norte por 17 anos foi transmitido pela TV estatal com um pronunciamento emocionado de uma apresentadora vestida de preto: "Nosso grande líder morreu".

TV estatal norte-coreana anuncia a morte de Kim Jong-il

Kim Jong-il - que recebeu o comando da Coreia do Norte de seu pai - já havia escolhido o mais novo de seus três filhos, Kim Jong-un, para sucedê-lo. A TV estatal anunciou oficialmente: "Kim Jong-un é o grande sucessor e líder do partido (dos Trabalhadores), das Forças Armadas e do povo".

Kim Jong-un, filho mais novo de Kim Jong-il, com apenas 20 anos de idade, irá suceder seu pai no comando supremo da Coreia do Norte

Mas há desconfianças sobre o futuro político do país comunista, que há anos vive uma séria crise econômica e fortes tensões com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão, países que Kim Jong-il já ameaçou atacar.

Reações tensas nos vizinhos e nos mercados

As forças armadas sul-coreanas entraram em alerta e a bolsa de Seul - país constantemente ameaçado pela Coreia do Norte - teve forte baixa após o anúncio da morte do líder norte-coreano. Motivo: as incertezas envolvendo o vizinho comunista. O governo sul-coreano convocou uma reunião de emergência.

Nos Estados Unidos, a Casa Branca informou que está monitorando de perto a situação. O presidente Obama e seu colega sul-coreano, Lee Myung-bak, conversaram por telefone logo após o anúncio da morte de Kim Jong-il.

No Japão, o primeiro-ministro Yoshihiko teve uma reunião especial de segurança com seu gabinete e disse a seus ministros que se preparassem para qualquer circunstância inesperada, incluindo uma queda acentuada das bolsas ou "questões fronteiriças". Ao mesmo tempo, o governo japonês expressou condolências pela morte do líder norte-coreano.

"O governo expressa suas condolências após o anúncio repentino da morte inesperada do presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, Kim Jong-il. O governo japonês espera que isso não tenha consequências negativas para a paz e a estabilidade na península coreana", disse o comunicado.

Na Austrália, o ministro do Exterior, Kevin Rudd, pediu "calma" aos governos da região para manter a situação controlada perante a "ambiguidade e incerteza" provocadas pela morte do líder norte-coreano.

O governo chinês, país da região que tem as melhores relações com o regime norte-coreano, expressou condolências e disse que continuará buscando com a Coreia do Norte "a estabilidade regional".

O funeral

Kim Jong-il era o filho mais velho de Kim Il-Sung, o fundador da Coreia do Norte comunista e idolatrado no país, numa linha de cunho stalinista.

Segundo a propaganda oficial, quando Kim Jong-il nasceu, em 1942, surgiram no céu uma estrela e um arco-íris duplo. Desde então, o monte Paekdu, onde teria nascido, é um lugar sagrado. Na Coreia do Sul e no ocidente, no entanto, a versão é diferente: o líder que morreu sábado teria nascido num campo de treinamento guerrilheiro russo, a partir de onde seu pai empreendeu a guerra de resistência contra o Japão, até 1945.

Após obter um diploma universitário, em 1964, Kim Jong-il fez carreira dentro do Partido dos Trabalhadores. Já em 1980 foi designado por seu pai o sucessor no comando do país. Porém, só em 1994, após a morte do pai, assumiu o controle do Partido dos Trabalhadores e o comando de fato das Forças Armadas.


A agência oficial KCNAO informou que o funeral do líder norte-coreano será em 28 de dezembro, em Pyongyang, com o país comunista de luto até 29 de dezembro. Kim Jong-il deverá ser enterrado no Palácio Memorial de Kumsusan, onde também fica o mausoléu de seu pai.

Hugo Freitas
Com informações da Agência AFP

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