segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

ESSA É (DA) BOA: MACONHA NÃO DANIFICA CÉREBRO, diz pesquisa


Uma pesquisa do King’s College, em Londres, publicada pelo “American Journal of Epidemiology” no último dia 05/01, constatou que pessoas com 50 anos que usaram ou ainda usam drogas não tiveram o cérebro danificado.

Entre as milhares de pessoas avaliadas, aqueles que tinham usado drogas ilícitas, principalmente a maconha, tiveram um desempenho melhor do que os demais nos testes de memória e de outras funções cerebrais.

A relação entre o nível de estudo – melhor entre os usuários de droga, de acordo com os pesquisadores – pode explicar o resultado.

"Nossos resultados não excluem eventuais efeitos nocivos em alguns indivíduos que podem estar expostos a drogas durante longos períodos de tempo", diz o pesquisador-chefe Alex Drugan.

É bom que se ressalte algumas informações sobre os usos e efeitos da maconha já pesquisados anteriormente, a fim de que você, leitor, tire suas próprias conclusões sobre o assunto.

A maconha (Cannabis sativa) é planta de clima quente e úmido, originária da Índia, e que pode atingir até cinco metros de altura.

Os primeiros relatos dessa erva no Brasil datam do século XVIII, quando era usada para a produção de fibras chamadas de cânhamos. Essas fibras fortes e duráveis foram usadas como velas de navios por séculos e, até hoje, são utilizadas em cordas, cabos, esponjas, tecidos e fios.

As sementes com muitas proteínas e carboidratos são utilizadas na alimentação de pássaros domésticos, e em cereais e granolas. Do óleo extraído das sementes fazem-se tintas, vernizes, sabões e óleo comestível.

A planta da maconha contém mais de 400 substâncias químicas, das quais 60 se classificam na categoria dos canabinoides, de acordo com o Instituto Nacional de Saúde. O tetra-hidrocarbinol (THC) é um desses canabinoides e é a substância mais associada aos efeitos que a maconha produz no cérebro.

A forma mais comum de consumo da planta é através do fumo. Ao inalar a fumaça da maconha, o THC vai diretamente para os pulmões. Os alvéolos  que revestem os pulmões absorvem facilmente o THC e as outras substâncias. Minutos depois de inalado, o THC cai na corrente sanguínea, chegando até o cérebro.

Em nosso cérebro, existem alguns receptores canabinoides que possuem efeitos em algumas atividades mentais e físicas como memória de curto prazo, coordenação, aprendizado e soluções de problemas.

Os receptores são ativados pelo THC, o princípio ativo da maconha, influenciando de forma adversa o cérebro. A interação do THC com o cérebro pode causar sentimentos relaxantes, como sensação de leveza, sendo que outros sentidos também podem se alterar.

Efeitos em curto e longo prazo

De acordo com a bióloga Paula Louredo, depois de consumir a cannabis, a pessoa pode apresentar alguns efeitos físicos, como memória prejudicada, confusão entre passado, presente e futuro, sentidos aguçados, mas com pouco equilíbrio e força muscular, perda da coordenação, aumento dos batimentos cardíacos, percepção distorcida, ansiedade, olhos avermelhados por causa da dilatação dos vasos sanguíneos oculares, boca seca e dificuldade com pensamentos e solução de problemas.

Segundo a bióloga, as pessoas que fumam maconha também estão suscetíveis aos mesmos problemas das pessoas que fumam tabaco, como asma, enfisema pulmonar, bronquite e câncer.

Dependência ou não?

Ainda não é conclusivo que a maconha causa ou não a dependência. Estudos mostram que em algumas pessoas o uso diário da maconha não desenvolve o vício, enquanto outros podem desenvolver uma síndrome de uso compulsivo semelhante à dependência de outras drogas.

Mas aí vai um alerta: de acordo com a Agência Americana de Combate às Drogas, o consumo prolongado de maconha pode causar danos aos pulmões e ao sistema reprodutivo.

Usos medicinais

Nos séculos passados a maconha era usada - na China, por exemplo - como anestésico, analgésico, antidepressivo, antibiótico e sedativo. A erva foi citada na primeira farmacopeia (livro que reunia fórmulas e receitas de medicamentos) conhecida no mundo, cerca de 2 mil anos atrás, recomendando o seu uso para prisão de ventre, malária, reumatismo e dores menstruais. No século XIX, alguns povos começaram a utilizá-la no tratamento da gonorreia e angina.

Atualmente, muitos acreditam que os efeitos negativos da maconha superam os seus efeitos positivos, mas muitos efeitos nocivos da maconha permanecem inconclusivos. Por essa razão, algumas pessoas pedem para que ela seja legalizada, a fim de ser utilizada como medicamento no tratamento de algumas doenças, como câncer e AIDS (combate as náuseas e estimula o apetite), glaucoma (alivia a pressão ocular), epilepsia (evita as convulsões) e esclerose múltipla (diminui espasmos musculares).

Em alguns estados norte-americanos, o uso medicinal da maconha já foi legalizado.

Hugo Freitas
Com informações da Agência Reuters e do site Brasil Escola

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