sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Doentes mentais não recebem tratamento em unidades prisionais no Maranhão

GMF do TJMA

Mais de 100 detentos com diversos tipos de doença mental são mantidos sem tratamento médico adequado em presídios e delegacias estaduais, segundo levantamento do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

A situação foi apresentada pelo juiz auxiliar da 2ª Vara de Execuções Penais, Douglas Martins, durante reunião do grupo esta semana. “Pelas condições de saúde, estes presos devem cumprir a medida de segurança em hospital psiquiátrico para que recebam tratamento adequado e separados das pessoas condenadas ou que aguardam por julgamento", ressalta o magistrado, que também responde pelo GMF no Estado.

Martins informou que o Grupo de Monitoramento já encaminhou à governadora Roseana Sarney documento relatando o problema e propondo a construção de duas unidades de saúde para atender a demanda do sistema prisional. “Além das doenças mentais e dependência química, há outros sérios problemas de saúde nos presídios. Falta atenção básica e assistência social”, afirma.

O juiz reuniu-se com representantes do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Sistema de Saúde, Segurança Pública, Administração Penitenciária e organizações não-governamentais que atuam na recuperação de doentes mentais e dependentes químicos, para receber sugestões sobre procedimentos que podem ser adotados para garantir o atendimento dos presos que cumprem medida de segurança pelo sistema público de saúde.

Uma comissão liderada por juristas, profissionais da área de saúde mental e de comunidades terapêuticas foi formada para traçar um plano provisório e apresentar, no prazo de 30 dias, um protocolo de atendimento e aprofundar a discussão sobre o tempo de internação aplicado aos diversos tipos de transtorno mental apresentados por presos. O Juiz José Costa foi indicado para coordenar o grupo de estudo.

“Estamos diante de um impasse legal e psiquiátrico. É necessário que juristas e psiquiatras se reúnam para determinar a medida de segurança. Delegacia não é lugar para esse tipo de preso”, disse a delegada-geral da Polícia Civil, Cristina Meneses.

Fonte: TJMA
Editado por: Hugo Freitas

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