terça-feira, 13 de novembro de 2012

AFINAL, QUEM MANDA NO GOVERNO DE HOLANDA?

Edivaldo Holanda Júnior e Roberto Rocha, "os eleitos"

Por Hugo Freitas

Teve ampla repercussão nos jornais e blogs locais a fala do presidente municipal do PCdoB de São Luís, Márcio Jerry, sobre o posicionamento do vice-prefeito eleito Roberto Rocha, que em entrevista cogitou a possibilidade de aumento no preço das tarifas dos ônibus da cidade.

Roberto Rocha, que também é o presidente da Comissão de Transição do prefeito eleito Edivaldo Holanda Júnior, afirmou em declaração dada ao jornal O Estado do Maranhão deste domingo (11) não descartar a hipótese de reajuste nas passagens dos coletivos.

"Essa necessidade de aumento da tarifa já vem de algum tempo. As empresas estão com dificuldade e podem descambar para a falta de pagamento dos funcionários, que podem paralisar os serviços. A tarifa barata não permite cobrar transporte de qualidade. Se for fazer uma licitação com tarifa de R$ 2,10 quem é que comparece? Qual empresa no Brasil terá interesse em concorrer com uma tarifa nesse valor? Nenhuma. É preciso ser justo", afirmou Rocha.

Flávio Dino e Márcio Jerry, "os partidários"

Por sua vez, em tom de “quebra de hierarquia”, Márcio Jerry, o presidente partidário desautorizou a fala do vice-prefeito, dizendo tratar-se de uma manifestação de opinião pessoal de Rocha.

“Não conversei com o vice-prefeito até o momento, mas posso afirmar que o pensamento do partido é corrigir os problemas do serviço de transporte público sem onerar o usuário. Não há pensamento de reajuste. A posição de Roberto Rocha é individual, não é a do prefeito. Edivaldo não pretende reajustar a tarifa de ônibus. O assunto ainda não foi tratado pelos partidos após a eleição municipal, ainda será colocado em debate”, afirmou Jerry.

Diante desta “saia justa”, torna-se bastante pertinente a pergunta em epígrafe: Afinal, quem manda no governo municipal de Holanda Júnior?

Será Flávio Dino, que tendo sido o maior cabo eleitoral do prefeito eleito visa agora somar forças para sua candidatura ao Governo do Estado em 2014? Será Márcio Jerry, principal articulador político e organizador da campanha vitoriosa de Edivaldo que ao falar por seu partido, acabou falando por todas as siglas aliadas, inclusive pelo próprio prefeito recém-eleito? Será Roberto Rocha, cujo protagonismo nesse momento de transição sobreleva sua imagem no cenário político local, demonstrando ter maior afã para gerir a cidade? Ou será Edivaldo, que tem a dura missão de aglutinar os egos imperativos e os projetos individuais de todos aqueles que apoiaram sua candidatura? Cabe ao leitor ponderar os questionamentos e aventar as possibilidades.

No mais, enquanto o prefeito eleito estava fazendo um tour por alguns órgãos de Brasília, em busca do fortalecimento de apoios institucionais junto ao governo federal para sua administração, que se inicia a partir de 1º de janeiro de 2013, seus aliados tratavam de produzir falas e pronunciamentos dissonantes, que nem de longe remetem a um clima de “harmonia” do grupo que acabou de sair vitorioso das urnas nas eleições de 28 de outubro.

Em se tratando de uma aliança costurada entre “novas” e “velhas” lideranças políticas de “oposição” a Castelo e Sarney no Maranhão, que inclusive conta com participantes que já estiveram do “outro lado” da margem esquerda do rio, qualquer descuido pode ser “fatal” para a manutenção dos acordos que os unem, tornando seus laços mais instáveis e menos duradouras as relações de reciprocidade.

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