quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Os Desafios de uma Escrita Híbrida

Por Hugo Freitas
Historiador e Sociólogo

Neste primeiro artigo autoral de 2013 quero pontuar aos milhares de leitores deste humilde espaço comunicacional aquilo que encaro como um desafio constante: o de elaborar uma escrita resultante de uma formação acadêmica híbrida.

Pelo fato de estar embebido em três formações, a priori um tanto quanto próximas, quer seja a História, as Ciências Sociais e o Jornalismo (o que justifica uma produção escrita calcada na qualidade e não na quantidade, principalmente pela escassez de tempo), pesa sob a cabeça deste vosso interlocutor, prezad@ leit@r, a inquietude de construir um texto despido do academicismo polido.

Aliás, tal tentativa não teria sua razão de ser, uma vez que somos a extensão daquilo o que lemos e aprendemos. Contudo, para o público leigo, explico que existem significativas diferenças entre os três campos de conhecimento supracitados.

Enquanto o Jornalismo molda seus alunos a serem fidedignos às fontes, em busca de uma tão sonhada “verdade dos fatos”, a História impulsiona seus pesquisadores a desbravarem e, mesmo, a questionarem as múltiplas fontes e as formas como os “fatos” são construídos, de modo a pôr em relevo as tramas que perpassam seus conteúdos históricos.

Já a Sociologia, como sub-campo das Ciências Sociais, fornece os rigorosos subsídios conceituais e metodológicos necessários para se descobrir os poderes sociais que fazem com que uma fonte seja elencada como “fonte”, focando não necessariamente aquilo o que é dito ou escrito pelos agentes, mas a posição relacional que cada personagem possui, possibilitando-lhe dizer o que diz e escrever o que escreve.

É enredado nesta trama, propiciada por esse tripé acadêmico, que produzo os textos contidos e veiculados neste blog. O leitor atento já deve ter percebido que aqui não existe apenas a “notícia”, conforme preceituam os manuais jornalísticos e as referências pedagógicas como Nilson Lage.

Muito menos há neste espaço escritos que contemplem apenas a História pela história ou a Sociologia pelas Ciências Sociais. Nada disso.

Busco retirar de cada área aquilo o que é necessário para a edificação de textos analíticos, críticos e reflexivos, que contemplem informações de agora e de outrora relevantes ao mundo social, sob o olhar perscrutador de quem se posiciona sempre ao lado do povo, tendo no historiador João Lisboa, “o Timon Maranhense”, e no sociólogo francês Pierre Bourdieu minhas maiores referências.

O enfoque sobre o mundo da política aparece bastante nutrido por esse perfil estilístico. O trato do movimento dos agentes na esfera político-partidária, por exemplo, esmera-se numa abordagem analítica que privilegia os ganhos de cada ação, de cada jogada, como num tabuleiro de xadrez, e muitas vezes apresenta-se de forma desnuda de "ideologia", nos termos gramscianos, perante os olhos daqueles mais virulentos e sedentos por ler apenas aquilo o que lhes massageia o ego.

Por vezes, tento ainda aliar a essa tripla rede de conhecimentos a paixão que nutro pelas artes, em especial a literatura, donde tenho em Machado de Assis o mestre-mor da escrita por excelência, cujas obras me veem à mão como alimento da alma.

Se estou sendo feliz no alcance destes propósitos, cabe única e exclusivamente a você, leit@r, produzir seu veredicto, dialogando conosco, comentando os textos, enviando-nos sugestões e, assim, contribuindo para o aprimoramento deste espaço, rumo a dias melhores em nosso querido, amado e sofrido Maranhão.

Calcado na explicitação destes pormenores, amplamente significativos para a leitura dos escritos aqui contidos, espero ter dirimido algumas das prováveis dúvidas surgidas ao longo desses mais de dois anos de blogosfera, particularmente no tocante ao formato, estilo e conteúdo dos textos do Blog do Hugo Freitas.

No mais, aproveito o ensejo para desejar a você, fiel acompanhante destas mal traçadas linhas, um Feliz 2013, repleto de Saúde, Paz, Amor e Prosperidade!!!

E vamos à luta!!!

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