segunda-feira, 25 de novembro de 2013

FLÁVIO DINO, JOÃO CASTELO E A "HONRA" NA POLÍTICA

Flávio e Castelo, de adversários a prováveis aliados em 2014

Por Hugo Freitas

Nada como uma eleição após a outra para as "feridas" cicatrizarem e "novas" alianças serem (re)discutidas no cenário político maranhense. Principalmente num Estado onde políticos ainda realizam suas agendas pautados na crença da "memória curta" e na falta de politização crítica da população.

Até meados deste ano, o ex-prefeito de São Luís, João Castelo (PSDB) era pincelado por Flávio Dino (PCdoB) e seus correligionários como "coronel", sinônimo do "atraso", político "conservador", e verbetes similares.

Agora, o pré-candidato por uma parte da "oposição", que prega constantemente a "mudança das práticas politicas", sinaliza abertamente para a composição de uma chapa para a disputa eleitoral de 2014 que contemple o PSDB do mesmo João Castelo.

Segundo declaração dada ao blog de uma ex-assessora do tucano e atual colaboradora da campanha comunista, Flávio Dino disse que será uma "honra" ter Castelo em seu palanque.

Para justificar essa possibilidade de aliança com o tucanato maranhense, o líder comunista disse que o PSDB local tem uma "tradição de postura antioligárquica" e que é isso que os une no momento e os deixa em "total afinidade para as eleições de 2014".

Flávio e Castelo foram adversários nas eleições municipais de 2008 e 2012. Nas duas oportunidades, o comunista arregimentou todo um aparato midiático para denegrir a imagem do tucano perante à opinião pública visando a cadeira de chefe da Prefeitura de São Luís.

De sobra, Flávio cooptou aliados de Castelo em 2008 para fazer parte de seu projeto político em 2012. Entre eles, Roberto Rocha, vice-prefeito da capital, então filiado ao PSDB e atualmente no PSB, e Edivaldo Holanda Júnior (PTC), prefeito eleito de São Luís sob a tutela de Dino.

Empossado no cargo de prefeito, em 1o. janeiro deste ano, Edivaldo (sempre com a ajuda de Flávio e seus escribas) resolveu tornar pública uma verdadeira avalanche de denúncias contra o ex-prefeito Castelo. De janeiro até meados do ano, Edivaldo e Flávio, via imprensa (rádio, TV, sites e blogs alinhados) massacraram o tucano.

A estratégia era a da "terra arrasada", aquela em que se justifica o não cumprimento de promessas eleitorais logo de início pela gestão que entra devido ao "rombo nos cofres públicos" deixado pela gestão anterior, como apregoou a oposição dinista. O ex-prefeito tucano teve até que sair da cidade por uns tempos, a fim de fazer "a poeira baixar".

E eis que não mais que "de repente", com menos de poucos meses das denúncias, o PSDB de Castelo passou a ser a "noiva" mais cobiçada para o pleito vindouro, principalmente pelo lado dos comunistas, a ponto do ex-"coronel do atraso" ser cogitado para ingressar na chapa de vice de Flávio ou de disputar uma vaga ao Senado sob a chancela do PCdoB/MA. E tudo pincelado pelos comunas como algo "muito natural".

Mas, na verdade, trata-se apenas de mais uma estratégia discursiva. Uma "naturalidade artificial", pré-fabricada, vendida despudoradamente com base na crença de que a população, além de "analfabeta", possui "memória curta".

O que Flávio e seus correligionários desejam mesmo é o tempo de TV do PSDB (cerca de 1min50s) e a estrutura do partido, uma das maiores do Maranhão. E, para dar cabo do projeto de poder dos dinistas, vale-tudo, inclusive pregar a "mudança" e se aliar com os mesmos "representantes do atraso" (confira aqui).

Só falta combinar isso com Roberto Rocha, que já avisou publicamente que não abre mão de ser candidato a senador, seja de que lado for, doa a quem doer.

Com toda essa novela pré-nupcial envolvendo os tucanos e os defensores da foice e do martelo, o PDT de Hilton Gonçalo e Weverton Rocha vai se distanciando de uma aliança com o PCdoB de Flávio, alardeando aos quatro cantos do Maranhão que terá candidatura própria ao governo, caso o acordo celebrado em 2012 seja quebrado pelos comunistas em 2014.

E, nesse quesito, a maior "desonra" será não "honrar" acordos já realizados. Que o diga Eliziane Gama (PPS). Mas isso é uma outra história.

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