terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Internauta dá exemplo de lucidez e critica cultura machista no Brasil

"Vergonhoso é perceber o quanto nós, mulheres, somos massacradas por essa cultura machista"

Por Hugo Freitas

Uma internauta, ao comentar o texto publicado pelo blog sobre a venda de camisetas da empresa Adidas com conotação sexual referente à Copa do Mundo no Brasil (reveja aqui), deu um exemplo de lucidez e de pensamento crítico sobre o assunto.

Após um homem ter se manifestado nas redes sociais responsabilizando as mulheres pela imagem "vendida lá fora" de um "paraíso sexual" no país, a internauta Jarlisse Nina, que é professora concursada da rede municipal de ensino de São Luís, assim se manifestou:

"A culpabilização dos indivíduos, neste caso, das mulheres, realmente é o atalho mais fácil e também o mais equivocado para explicar este tipo de fenômeno... Analisar a conjuntura e a história do sexo feminino no Brasil realmente parece ser tarefa muito complexa para quem tende a enxergar o imediato... Em minha humilde opinião, vergonhoso é perceber o quanto nós, mulheres, somos massacradas por essa cultura machista..."

A fala de Jarlisse reflete bem o quanto ainda somos dominados por uma "cultura machista", sendo uma exceção à regra em meio a tantas mulheres que a reproduzem-na, mesmo sem se dar conta disso.

Além disso, é um excelente exemplo de que para compreendermos o processo atual de exploração sexual da imagem das mulheres brasileiras é necessário enredarmos a discussão recuando na história do movimento feminista no Brasil e no mundo e pontuando os elementos que conduziram as mulheres à conquista de avanços fundamentais para o estabelecimento de certo equilíbrio entre os sexos, desde o ingresso tardio no mercado de trabalho até o direito ao voto, garantido legalmente apenas a partir da década de 1930, durante o período conhecido como "a Era Vargas", entre outras conquistas.

Portanto, temos que mostrar aos "yankees" que existem pessoas no Brasil dispostas a acabar com esse tipo de "turismo" em ocasiões de grandiosos eventos esportivos, das autoridades públicas a professoras conscientes de que o combate à discriminação e o preconceito contra as mulheres brasileiras é uma luta árdua e lenta, porém existente.

As presentes e futurações gerações agradecem!!!

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