domingo, 16 de março de 2014

EM ANO ELEITORAL, EDIVALDO FAZ EMPRÉSTIMOS MILIONÁRIOS E COLOCA SÃO LUÍS "NO VERMELHO"

Edivaldo endivida São Luís pelas próximas três décadas

Por Hugo Freitas

Parece que os investimentos anunciados pela presidente Dilma Rousseff para o Maranhão, especialmente para São Luís, não foram suficientes para evitar um maior endividamento dos cofres públicos da capital.

Esta semana, o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) anunciou que irá contrair um empréstimo de mais de 70 milhões de reais para ser pago em 20 anos.

O escalado para convencer a Câmara de Vereadores de São Luís, historicamente submissa aos ditames do Executivo Municipal, foi o secretário municipal de Planejamento, José Cursino. Ele esteve reunido na manhã da última sexta-feira (14) com a comissão de Orçamento do Legislativo para detalhar as razões do pedido de empréstimo pela Prefeitura de São Luís.

Segundo Cursino, o financiamento de mais de R$ 70 milhões garantirá a pavimentação de vias em alguns bairros da capital, estando inclusos serviços como sistema de drenagem de águas pluviais, redes de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. “Serão 85 quilômetros de vias pavimentadas com drenagem superficial, rede de coleta de águas pluviais, sinalização viária e obras complementares", informou o secretário.

Ainda de acordo com o titular de Planejamento de São Luís, a composição dos investimentos é a seguinte: Elaboração de Projeto Executivo (R$ 950 mil); demolição, limpeza, retirada de lixo, remoção de vegetação e entulho (R$ 535,5 mil); corte, aterramento, abertura de caixa (R$ 15,2 milhões); pavimentação (R$ 29,09 milhões); drenagem, passeios com acessibilidade, sinalização e obras complementares (R$ 29,07 milhões).

O total do empréstimo a ser financiado será de R$ 71,23 milhões. A contrapartida da Prefeitura de São Luís corresponde a R$ 3,74 milhões, totalizando um investimento de R$ 74,98 milhões. A taxa de juros é de 6% ao ano e a amortização em até 20 anos.

José Cursino afirmou que a capital não fica prejudicada pela sua capacidade de endividamento a longo prazo, não prejudicando a saúde financeira do município, nem as outras gestões. Isto porque a dívida consolidada líquida atualmente é de 20,1% da Receita Corrente Líquida do município. Com este financiamento, passará a ser de 21,32% da RCL. Os percentuais estão dentro do limite legal de 120% da RCL e do limite prudencial (quando o endividamento já é preocupante) de 108% da RCL.

Entretanto, conforme dito no início do texto, o Governo Federal já havia anunciado "investimentos" para São Luís. E é aí que começam as contradições do prefeito Edivaldo. O petecista havia dito que tinha sido ele a assegurar os recursos federais, que giram em torno de R$ 480 milhões para investimentos em mobilidade urbana em São Luís. O anúncio foi feito na manhã da última quinta-feira (13), pela presidente Dilma Rousseff, durante solenidade de lançamento do PAC 2 (Mobilidade Urbana), no Palácio do Planalto, em Brasília.

Mas na verdade, os "recursos" também se constituem em "novo empréstimo" feito junto ao Governo Federal. Segundo a Prefeitura de São Luís, o empréstimo federal será utilizado para a construção do corredor de transporte de São Luís, ligando os bairros do São Francisco e Cohab, sendo que R$ 240 milhões são oriundos do Orçamento Geral da União (OGU) e a outra parte financiada pelo governo federal com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O "empréstimo" feito por Edivaldo junto à presidente Dilma prevê carência de cinco anos e pagamento em 30 anos pelo município de São Luís. Ou seja, se Edivaldo não for reeleito em 2016, será o seu sucessor quem começará a pagar esse endividamento, que se estende pelas próximas três décadas.

Somados os empréstimos federal e municipal, a dívida contraída por Edivaldo Holanda Júnior será de assombrosos R$ 550 milhões (MAIS DE MEIO BILHÃO DE REAIS), com prazos para serem pagos em 20 e 30 anos, respectivamente.

Portanto, se os mais de 70 milhões comprometem cerca de 21,32% da capacidade de endividamento da Prefeitura, por extensão o somatório deste com os mais de 480 milhões do Governo Federal ultrapassam o limite estabelecido, que é de 120% da RCL, colocando a capital São Luís literalmente no total "vermelho", com 146,19% (mais de 26% do teto máximo estabelecido por Lei), ferindo assim grave e irresponsavelmente a Lei de Responsabilidade Fiscal.

E digo "será" porque ainda falta aprovação da solicitação de endividamento junto ao Parlamento Municipal, já que o do Governo Federal está garantido.

No entanto, em terras onde o Legislativo mais parece um "apêndice" do Executivo, tanto na esfera municipal quanto na estadual, cujos vereadores aprovam projetos de iniciativa da Prefeitura com CELERIDADE E UNANIMIDADE (veja aqui), não é difícil imaginar que os nobres edis novamente compactuarão com o endividamento da capital maranhense.

Em ano eleitoral, parece que fazer empréstimos milionários e endividar a máquina pública é a "clássica" estratégia eleitoral dos grupos políticos que comandam os Palácios em São Luís, tanto o dos Leões quanto o de La Ravardière. E, nesse caso, o "prefeito da mudança", Edivaldo Holanda Júnior, aprendeu direitinho a lição ensinada pelo grupo Sarney.

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