sábado, 24 de maio de 2014

A NECESSIDADE CONCRETA DE UMA "TERCEIRA VIA" NO MARANHÃO


Por Hugo Freitas

Nunca antes na história política do Maranhão foi tão necessária uma "terceira via" ou "via alternativa" (como queiram) para por fim à hegemonia política do "sarneysismo" e ao fortalecimento de um "anti-sarneysismo" formado por dissidentes da "oligarquia sarney" que, em síntese, não ultrapassam o inócuo debate "situação x oposição".

De um lado, o grupo governista coordenado de dentro do Palácio dos Leões pelos caciques do PMDB, que contam com a cumplicidade e sustentação política do PT maranhense, tendo na figura do senador Lobão Filho o mais significativo exemplo do poder originário das famílias de políticos que se revezam no comando do Maranhão.

Do outro, um candidato que de "comunista" só tem a legenda (PCdoB), haja vista a união de Flávio Dino com figuras antes consideradas "retrógradas" e "atrasadas" pelo mesmo pseudo-comunista.

Dentre tantos, destaca-se o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), eleito em 2002 com as bênçãos e o apadrinhamento dos próceres do "sarneysismo" e que é considerado o "padrinho político" de Flávio (confira aqui);

Raimundo Cutrim (PCdoB), ex-secretário de Segurança e um dos braços direitos de Roseana Sarney; hoje, filiado ao mesmo partido de Dino (leia aqui);

José Vieira (PROS), um dos "oligarcas" que sempre estiveram (e ainda estão) do lado dos latifundiários e contra os produtores agrícolas maranhenses como defensor e promotor do agronegócio no Maranhão;

Weverton Rocha (PDT), que responde na Justiça Federal nada mais, nada menos, que sete processos impetrados por corrupção, fraude em licitações e, (pasmem!), desvios de colchões e materiais doados durante as enchentes que afetaram diversas populações do interior do estado, alguns anos atrás (confira aqui);

e, mais recentemente, o famigerado João Castelo (PSDB), o prefeito que transformou São Luís num "CAOStelo" durante os quatro anos que comandou a prefeitura da capital, entregando a mesma para o atual gestor municipal sem ter pago os salários dos funcionários (dezembro e 13o. salário) e com um rombo nos cofres públicos que beirou a casa de um bilhão de reais. Atualmente, Castelo é candidatíssimo ao Senado Federal e apontado como líder de todas as pesquisas já realizadas até agora (leia aqui).

Ainda assim, levantamentos recentes apontam que mais da metade da população maranhense ainda não tem candidato definido (veja aqui), justamente por conta da bipolarização entre os que defendem o grupo sarney e os que se posicionam contra ele, sendo os últimos, em sua maioria, dissidentes da "oligarquia" que comanda o estado há quase cinco décadas.

Muitos ainda se perguntam: "Afinal, por que PSOL e PSTU não se aliam para preencher esta lacuna reivindicada pelos eleitores que não votam nem em Lobão Filho e nem em Flávio Dino?". Juntos, como já pontuei, esses dois partidos não chegam a 5% das intenções de voto (confira aqui).

Quadro esse que interpreto como falta de organização político-midiática, desunião com as demais siglas partidárias não alinhadas às duas principais candidaturas, prevalência de individualidades intra-partidárias, exacerbado "romantismo ideológico revolucionário" e falta de visão holística e crítico-reflexiva sobre o processo eleitoral brasileiro como um todo.

Mas se, por um lado, todos esses aspectos somados criam rusgas internas entre os membros de partidos mais à esquerda, por outro impedem a costura de acordos e alianças em prol apenas da prerrogativa do "poder pelo poder", de se chegar ao comando político do Maranhão a qualquer custo e sob quaisquer circunstâncias, tal como parecem sinalizar os dois principais candidatos da corrida eleitoral estadual.

No fim das contas, o fortalecimento do "anti-sarneysismo" no Maranhão significa a manutenção dos dissidentes da "oligarquia sarney" no poder. E as alternativas para o povo maranhense se tornam cada vez mais escassas.

Por isso, partidos e coletivos políticos (como o Rede Sustentabilidade, por exemplo, que deve se tornar partido oficialmente a partir de janeiro de 2015) podem e devem preencher essa lacuna tão reivindicada pela população do Maranhão.

Parafraseando Karl Marx: REDE, PSOL e PSTU, UNI-VOS!!!

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