segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

SÃO LUÍS É A SEGUNDA CIDADE MAIS VIOLENTA DO BRASIL E UMA DAS MAIS PERIGOSAS DO MUNDO


Mais de 1.000 homicídios já foram registrados somente esse ano na Região Metropolitana de São Luís. O número foi indicado segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), e aponta 2014 como o ano mais violento da capital maranhense. Segundo o balanço oficial da Secretária de Segurança, em 2013, foram mais de 807 homicídios, enquanto em 2012 foram registrados 635.

O alto índice de assassinatos contabilizados esse ano na capital tem criado um clima de insegurança entre a população, pois a cada mês a estatística aponta que a violência cresce cada vez mais. Somente em novembro, o mês mais violento até o momento, 103 pessoas foram vítimas de assassinato na cidade. Segundo uma pesquisa realizada pelo Observatório da Violência, São Luís é a segunda capital brasileira com maior aumento nos registros de homicídios em todo o país, um crescimento de 400% na última década.

A cidade já figura desde 2011 entre as trinta cidades mais perigosas do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), ocupando atualmente a décima quinta colocação.

A pesquisa também mostra que as vítimas desse crime são, em maior parte, homens (98%) e negros (85%). Outro aspecto desse tipo de crime levantado é o uso de armas de fogo, que chega a 54% nos homicídios praticados em todo o Maranhão, sendo que 74% dos crimes no estado são cometidos em São Luís.

Jhonatan Soares, de 25 anos, conhece bem essa realidade. Morador do bairro da Cidade Olímpica, localidade com um dos maiores índices de homicídios da capital, ele convive diariamente com as mortes germinadas pelo tráfico de drogas e a guerra entre policiais e criminosos. Jhonatan é Conselheiro Tutelar e tenta juntamente com a Pastoral da Juventude, ligada a Igreja Católica, mudar essa esfera tétrica e repleta de selvageria.

“A atual gestão tem criado uma política de repressão que gera medo nos moradores de bairros da periferia. Nós que moramos nessas regiões temos medo da polícia, que ao invés de trazer segurança, nos apresenta a morte, pois os policiais acabam tratando toda e qualquer pessoa da região como bandido. Isso nos coloca em uma linha tênue entre o tráfico e a polícia”, elucidou Jhonatan.

Quem também lamenta o atual cenário da criminalidade na capital maranhense é o arcebispo de São Luís, dom Belisário, que vê na escalada da violência a ausência de políticas públicas principalmente para os jovens. “As principais vítimas dos assassinatos no país são jovens, pobres, negros e do sexo masculino. Há um verdadeiro extermínio dessa população, e isso ocorre principalmente porque não há educação, não há emprego e melhores oportunidades para esses jovens, o que acaba fazendo com que o mundo do crime e do tráfico se torne algo realmente atrativo”, declarou.

Sobre o trabalho realizado pela Igreja Católica, o arcebispo ressaltou: “Nós temos muitos grupos ligados à Igreja que fazem trabalhos com esses jovens, muitos dos que coordenam esses grupos são das periferias e conhecem a realidade, mas o trabalho precisa ser mais amplo, deve integrar outros setores. A sociedade precisa participar diretamente e não exclui-los se quiser realmente vencer a criminalidade”.

É preciso ressaltar que, desde janeiro de 2013 até agora, 2037 casos de homicídios foram registrados na Grande São Luís sendo que, dos 50 casos de linchamento no Brasil, 22 foram na capital maranhense. O bairro com maior número de assassinatos é a Cidade Olímpica, com 80 casos, seguido do Coroadinho, Liberdade e Vila Embratel.

Fonte: O Imparcial (com edição)

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